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Do abstrato ao concretismo: as experimentações de Judith Lauand

 ©LAUAND, Judith/ AUTVIS
Sem Título (1965)

 

  

Enquanto a cidade de São Paulo fervilhava com a Semana de Arte Moderna, em 1922, nascia em Pontal, no interior do estado, Judith Lauand.
A artista filiada da AUTVIS é uma das mais importantes representantes do concretismo brasileiro.

 

Com centenas de obras no currículo, a artista não se recorda quando começou a pintar. “Eu acho que foi em... Sei lá quando foi... Acho que foi em 1943... Foi na década de 40, em Araraquara, época em que frequentava a Escola de Belas Artes do município”, conta. De acordo com Judith, a pintura entrou na sua vida de forma natural, mas não teve o apoio de sua família. “Minha mãe era a única que gostava das minhas pinturas. Meu pai estava mais preocupado com as coisas dele e meus irmãos não davam muita importância ao meu trabalho”, diz.
 

©LAUAND, Judith/ AUTVIS
Sem Título / Retrato da Avó Zaíra (1951)

 

 

No início da carreira, Judith era adepta da vertente naturalista, retratando natureza-morta e figuras. Mas não demorou muito para enveredar por outro mundo, o da abstração. “Eu estava fazendo uma natureza-morta. Me levantei para olhá-la e levei um susto, pois já estava tudo abstrato. Tinha um prato, que eu fiz um círculo perfeito. Tinha um copo, que virou um objeto geométrico sólido. O quadro era geométrico. Não havia detalhes realísticos. Aí eu descobri que havia mudado”, afirma.

 

Mas a inquietação da artista não permitiu definir assim suas obras. Pouco tempo depois, em mais um processo de experimentação, Judith Lauand chegou ao concretismo. A partir dai, tornou-se a primeira mulher a integrar o Grupo Ruptura, fechado grupo paulistano de artistas concretistas. Tal feito, no entanto, não trazia tratamento diferenciado para a artista. “Não havia preconceito. Todos eram elementos ativos e um não influenciava o outro. Havia uma igualdade de tratamento”.



Com as constantes mudanças de sua arte, Judith se define como uma concretista mais geométrica. Nas mãos da artista, formas e linhas se combinam para ganhar um novo significado no universo das artes. É um trabalho pensado quase de forma matemática, mas nunca focado em como o público irá interpretá-lo. “Nunca fiz um trabalho pensando no público”, sentencia.

 

©LAUAND, Judith/ AUTVIS
Sem Título (1987)

 

 

Premiada e elogiada por críticos de diversas épocas, Judith, aos 87 anos, continua sendo a mesma artista direta e sensível que sempre foi. E quanto assunto é a importância da AUTVIS para gerir seus direitos, ela é categórica. "É uma organização reconhecida pela OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), com alcance internacional, que pode centralizar todas as licenças de reprodução de uso de imagens das obras dos artistas filiados", finaliza.

 

 

 

Autor: Linhas Comunicação

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